• Dança 6
  • Disco2
  • Batuque
  • Bombos2
  • Guitarra
  • Dança7
  • Dança 1
  • Disco
  • Dança 5
  • citara
  • KovaM
  • Dança 2
  • Piano
  • Palco
  • Dança 3
  • Dança 4
  • Caretos
Menu

Notícias

festivaldemarrabenta
 
 
Coordenação
 
 
 

Financiamento

FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia
 
 
Referência
 
PTDC/CPC-MMU/6626/2014
 
Prazo de execução
 
2016/2018
 
 
 
Resumo 

 

A experiência musical do séc. XX em Portugal e nos países africanos de língua portuguesa foi marcada por relações que passaram pelos processos coloniais e consequentes independências. Tal marca não foi ainda escrutinada, e o seu impacto requer uma observação científica que é indispensável para a compreensão das sociedades envolvidas. O encontro das culturas musicais neste quadro foi abordado através de estudos de processos interculturais e de multiculturalidade. A relação entre cultura musical e o fenómeno do colonialismo carece, agora, de estudo aprofundado. Em particular, as afinidades históricas e culturais entre Portugal e os países africanos de língua portuguesa não foram ainda tidas em conta no estudo dos fluxos e dinâmicas das relações culturais globais. A representação musical resultante de tais afinidades está patente em importantes linguagens musicais, identificadas como géneros com papéis que vão desde a figuração imaginária de entidades socioculturais, à cristalização de identidades nacionais.

 

O papel da música na formação das representações sociais e culturais tem sido caracterizado pelo estudo da identidade, partindo do princípio de que a música tem um papel formativo na construção, negociação e transformação de perfis socioculturais. No contexto colonial e pós-colonial a representação da alteridade através da música adquire um poder particular que resulta da apropriação da figuração imaginativa dos grupos humanos envolvidos no processo, e da sua construção e articulação. Nestes casos, as políticas de representação e apropriação musical que formaram a “consciência nacional” na era ditatorial e na democrática, parecem heterogéneas e por vezes contraditórias, o que revela uma grande variedade comportamental que resulta de diferentes experiências históricas de expressão e de opressão no quadro formativo das organizações coloniais. O estudo documenta a variedade das políticas de representação e apropriação musical, contribuindo para o conhecimento de formas específicas de representação musical e sua variabilidade de acordo com contextos históricos e ideológicos particulares. A desenvolver no domínio das abordagens pós-coloniais, este estudo foca a construção das representações musicais no Sul de Moçambique, bem como o papel da sua relação com Portugal ao longo do séc. XX. Pretendemos estabelecer e esclarecer, entre outros, os processos de isonomia, em que a análise estética e discursiva é concordante com a conotação ideológica predominante na relação entre os dois países; e os de antinomia, na qual a análise estética e discursiva é discordante da mesma conotação.

 

O estudo da criação e categorização de géneros musicais em Moçambique é abordado de acordo com uma perspectiva que considera as dimensões sonoras, e também as práticas discursivas e performativas associadas à música. A investigação sobre os processos de composição e performance na articulação de identidades sociais e culturais em Moçambique, já iniciada em torno da Makwayela, é alargada aos casos paradigmáticos da Timbila e da Marrabenta, entre outros a apontar.