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O artigo "'Ai Quanto do Teu Sal...': As Lágrimas Contracolonizadoras de Fado Bicha e Portugal", de Caio Mourão, foi publicado em acesso aberto no volume 13 da revista Música e Cultura, editada pela Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET). Caio é doutorando do INET-md e bolseiro da FCT.
 
 
 
 
Resumo: 
 
Este ensaio parte da análise da canção Povo Pequenino, de Fado Bicha (FB), que concorreu no Festival da Canção 2022 em Portugal, tendo como objetivos: 1 - Transmitir uma ideia de "folclore" e "nação" portuguesas; 2 - Relatar os dramas de subgrupos tradicionalmente discriminados pelo padrão eurocêntrico branco (pessoas pobres, pretas e/ou LGBTQIA+). Utilizei o conceito de "contracolonização" como ferramenta metodológica de análise, desconstrução, reconstrução e criação de conhecimentos, a partir das "escrevivências" das personagens e da dupla FB, contadas pelas músicas O namorico do André, Lila Fadista e Banzo + Mulher do fim do mundo.
Concluí que e grupe agiu de forma contracolonizadora em todas as músicas, porque, além de subverter a relação colonizador/colonizado, colocando-se, através do seu sofrimento, como pertencente a “um” mesmo povo e a “uma” mesma nação das personagens narradas; também adotou estratégias inovadoras de produção do conhecimento, como a empatia, a partilha dos sentimentos, o confronto com “pares” e o silêncio. Além disso, todo o processo criativo de grupe foi realizado coletivamente, desde a composição musical, passando pela construção dos arranjos, as gravações, edições e arte-finalizações sonoras; até a criação dos figurinos, maquiagens e videoclipes. Este ensaio etnomusicológico se enquadra no campo dos estudos LGBTQIA+, feministas, decoloniais, contracoloniais, de gênero e sexualidade.
 
Palavras-chave: Estudos LGBTQIA+; Contracolonização; Sofrimento; Povo; Nação.