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22.07.2024 | 14h30 | Online
 
 
Realizam-se por videoconferência (sessão zoom), a 22 de julho de 2024, pelas 14h30, as provas do Programa Doutoral em Música, de Adriano de Brito Pinheiro, com o tema "Definição, Edição Urtext e Performance da Obra A Noiva do Condutor (Arnold Gluckmann e Noel Rosa) Uma Abordagem Transdisciplinar".
 
 

Júri da tese de Doutoramento de Adriano de Brito Pinheiro:

  • Prof. Doutora Isabel Maria de Oliveira Alcobia, Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro e investigadora do INET-md (Orientadora);
  • Prof. Doutor José Luís Guimarães de Oliveira,  Professor Catedrático da Universidade de Aveiro;
  • Prof. Doutor Doutor Carlos Henrique Coutinho Rodrigues Costa, Professor Associado da Universidade de Federal de Goiás;
  • Prof. Doutora Maria do Rosário Correira Pereira Pestana, Professora Associada da Universidade de Aveiro e  investigadora do INET-md;
  • Prof. Doutora Liliana Margareta Bizineche, Professora Auxiliar da Universidade de Évora;
  • Prof. Doutor Alexandre Muratore Gonçalves, Professor Adjunto da Universidade Federal de Goiás.

 

Definição, Edição Urtext e Performance da Obra A Noiva do Condutor (Arnold Gluckmann e Noel Rosa) Uma Abordagem Transdisciplinar
Este projeto tem por objetivo problematizar a noção de “obra musical” no contexto da música popular urbana brasileira, a partir de uma abordagem transdisciplinar que envolve estudos da performance, etnomusicologia e o popular music studies. Tem como foco principal a obra A Noiva do Condutor composta em 1935 pelo regente e orquestrador Arnold Glückmann e pelo sambista Noel Rosa. Escrita originalmente como um esquete para um programa radiofônico, a obra estreou apenas em 1985 na gravação realizada em LP (Long Play) com a participação de importantes atores brasileiros como Marília Pêra e Grande Othelo. A partir daí, essa obra foi apresentada e reconstruída em diversas ocasiões e formatos, que resultaram em novas orquestrações, versões de enredo e releituras. A tese está fundamentada em três grandes polos de reflexão. O primeiro procura problematizar a noção de obra musical, embasado nos autores Goehr (1992) Middleton (1985, 1990, 1993, 2000, 2001), Ulhôa (2000), Cook (1985, 1990, 1993, 2001), Moore (2002, 2003), De Nora (2001) e Hennion (2003). Ao contrário da visão romântica de que a obra estaria essencialmente expressa em um manuscrito no qual o compositor indica todas as suas intenções, tais autores concebem a noção de obra no contexto da música popular como um script, um roteiro em aberto com diversas camadas de mediadores (intérpretes, arranjadores, copistas e gravadoras) contribuindo para a sua construção.
 
O segundo polo tem como tema a questão do canto na música popular brasileira: a procura de um paradigma de um “canto nacional” foi uma constante em diversos períodos históricos, particularmente no período áureo da radiofonia no Brasil (1930-1950), a fusão entre elementos da música de tradição de concerto e a música popular urbana foi um elemento recorrente na busca de uma ansiada “identidade nacional”. Assim, a obra A noiva do condutor pode ser compreendida como um exemplo desse processo. Finalmente, o terceiro polo é constituído de três componentes práticas relacionadas à “performance musical”: a elaboração de uma edição inédita da obra A noiva do condutor baseada nos manuscritos originais que estavam desaparecidos até setembro de 2022, a realização de partitura inédita dessa obra com a inclusão de transcrição fonética embasada no AFI (Alfabeto Fonético Internacional) (2002), com respectiva tradução livre do texto para o Inglês e Espanhol e performance dessa obra como parte do espetáculo O sonho de Edgard – A criação da rádio brasileira (Adriano Pinheiro) estreado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 13 de setembro de 2023.