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Integrada | Doutoranda
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas | Universidade Nova de Lisboa
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1069-061 Lisboa
Portugal
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Tel: (+351) 21 790 83 00 (ext. 1583)

Nota Biográfica

Compositora, intérprete e investigadora. É atualmente doutoranda em etnomusicologia e bolseira de investigação com o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT - SFRH/BD/137392/2018). É mestre em etnomusicologia pela Universidade Nova de Lisboa, licenciada em composição pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (Porto) e pós-graduada em Educação - Conceção e Desenvolvimento de Projetos Artísticos e Culturais pela Universidade dos Açores. Tem composto para orquestra, teatro, teatro musical, cinema, dança e colabora regularmente com o serviço educativo da Casa da Música, Fábrica das Artes (Centro Cultural de Belém), Plano Nacional de Leitura e Plano Nacional das Artes. Obras da sua autoria foram apresentadas na Fundação Calouste Gulbenkian, no Teatro Nacional D. Maria II, no Teatro São Luís (Lisboa), Teatro Viriato (Viseu), Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), Théâtre de la Ville (Paris), Festival de Avignon, entre outros. Tem editados cinco álbuns de música original tendo sido distinguida com o prémio Labjovem/Teatro e Labjovem/Música, atribuído pelo Governo Regional dos Açores e com o prémio Zeca Afonso, atribuído pela Câmara Municipal de Almada.
 

 
 
 
 
 
Projeto de Doutoramento
 
Título
De 'voz castiça' a 'voz de Portugal': A construção da voz de Amália Rodrigues (1939-1949)
 
Orientação
 
Resumo
Esta tese aborda a construção da voz de Amália Rodrigues como referente sonoro de Portugal e como materialização acústica de ideias, conceitos, emoções e sentimentos que gravitam em torno do universo conceptual de 'portugalidade'. Definida e moldada por um conjunto de princípios históricos, políticos, estéticos, fisiológicos e biográficos, a sua voz corporiza conceções de 'classe', educação, género, 'raça', entre outras, e é um 'local' de confronto/encontro entre o individuo, a sua subjetividade/excecionalidade, e as estruturas e valores sociopolíticos em que habita e com os quais se relaciona.
 
Como se construíram, reconfiguraram e ressignificaram estas ideias sobre a voz de Amália Rodrigues? O que revelam acerca dos contextos sociais/culturais em que foram produzidas? Porque se destacou das vozes que se moviam e se escutavam nos mesmos espaços de sociabilidade? Como terá essa voz influenciado e moldado esses mesmos espaços e contextos e a própria conceção de voz, especialmente de voz 'feminina'?
 
De modo a responder a estas questões analiso 'duas vozes': a voz construída discursivamente, através de publicações na imprensa, e que nos permite aceder aos contextos e aos pressupostos ideológicos que sustentavam o modo como as vozes eram produzidas, interpretadas e comunicadas; a voz interpretativa, que podemos escutar nas primeiras gravações realizadas pela artista (em 1945) e nos filmes Capas Negras (1946) e Fado, História de uma Cantadeira (1947). Estas vozes gravadas são, também, tratadas como 'textos', no sentido em que através delas é possível reconstituir o 'diálogo' entre diferentes vozes e estilos interpretativos. O evento acústico, neste caso a voz de Amália Rodrigues, é imbuído de significações e de valores através das relações intertextualmente estabelecidas entre a voz narrativa e a voz discursiva, constituindo-se posteriormente como metonímia do fado e como signo/símbolo para modos de estar, sentir e ser. Entender e cartografar a construção desta voz e os modos como foi sendo política e culturalmente apropriada, moldada e redefinida permitir-nos-á compreender o seu impacto na sociedade e cultura portuguesas.
 
Palavras-chave: Amália Rodrigues; Ideologias da voz; Nacionalismo e música; Intimidade Cultural.
 
 
Financiamento: Fundação para a Ciência e a Tecnologia, ref. SFRH/BD/137392/2018