Nota Biográfica

Desde 2005, Liz Angela García é professora de violino a tempo integral no Conservatório de Música da Universidad Nacional de Colombia. Além de suas atividades de ensino de violino e música de câmara, tem se interessado pela música latino-americana. Desde 2010 é fundadora e integrante do Cuarteto Q-Arte, grupo focado em pesquisar, interpretar e divulgar música de quarteto produzida no continente. Foi nomeada para um Grammy Award (2020), e para o Innovation Award no Classical:NEXT (2017) em virtude do seu trabalho com uma abordagem transdisciplinar e do seu interesse pela experimentação a partir da prática musical. Liz Angela García iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música da Universidad Nacional de Colombia, completando-os com Antonia Kapitanova em 1991. Prosseguiu a pós-graduação e os estudos pedagógicos no Conservatório Richard-Strauss de Munique (1991-1996) e no Johannes- Gutenberg University em Maguncia (1996-1999), sendo que os seus professores incluiram Valery Gradow, Denes Zsigmondy e Anne Shih. Participou em inúmeras masterclasses com Stefano Gheorgiu (Roménia), Lyana Issakadze (Geórgia), entre outros. Em 2003 viajou para Fort Worth, Texas (EUA), onde fez o mestrado em violino com Curt Thompson e Michael Shih. Ao longo de sua carreira, atuou como solista com algumas das mais importantes orquestras da Colômbia, bem como com a Sinfónica del Ecuador, a Orquestra da Rádio Húngara e a Orquestra de Câmara da Geórgia. Também se apresentou em recitais e concertos de música de câmara em todo o mundo e foi membro da Orquesta Filarmónica de Bogotá (1989-1991) e da Philharmonie der Nationen (1996-1998), bem como da Orquesta do Norte-Portugal (1998) e a Orquesta Sinfónica de Colombia, onde atuou como concertino assistente e concertino interino (2001-2003).

O projeto "Criação artística inspirada na poética e práticas performativas tradicionais de violinos de quatro países andinos" propõe a reconfiguração de um repertório contemporâneo para violino e música de câmara inspirado na exploração de elementos poéticos e performativos das tradições em que uinclui-se o violino na Bolívia , Colômbia, Equador e Peru.

A partir da formulação deste projeto e, com base na importância do sentimento de pertença como fator de motivação (López-Iñiguez e Benett, 2012), e que a “interação entre o ambiente individual e as práticas” (Dalagna et al, 2021, p.4) pode ser uma força motriz na vida artística, gostaria, além de continuar a investigar o repertório escrito local, ir mais longe e explorar outras práticas musicais tradicionais onde o violino se insere nos nossos países, experimentando e aprendendo a partir de uma perspectiva holística e alternativa, integrando-os de forma crítica, reflexiva e empática na minha forma de tocar violino.

Consciente de que muitas dessas práticas performativas configuram a identidade, o imaginário coletivo e os sentimentos de muitas comunidades, por meio desta proposta gostaria de ajudar a buscar a criação de vínculos entre tradições que não conheço, próximas ao meu local de origem, em que intervém o violino, e uma linguagem musical contemporânea. Através de releituras de obras de compositores da região, colaborações com compositores, colaborações interculturais com outros artistas e experimentando formas alternativas de uso do instrumento, aspiro a compartilhar esse repertório com o público contemporâneo por meio de uma performance experiencial inspirada o imaginário destes instrumentos tradicionais através da pesquisa etnograficamente informada e da criação artística. Espero que, como diz Assis (2018), por meio deste projeto seja possível “dissolver partes do passado, e sugerir futuros produtivos” (p.195) com o propósito de propor interpretações musicais inéditas e reflexivas.