Nota Biográfica
Natural de Atibaia, no estado de São Paulo, Daniel Nery iniciou seus estudos musicais, piano e teoria musical na mesma cidade. É bacharel em Composição e Direção pela UNESP - Universidade Estadual Paulista - e Mestre em Musicologia pela mesma instituição. Têm na sua formação, os seguintes nomes da regência orquestral e coral: Isaac Karabtchevsky, Roberto Tibiriçá, Colin Metters (Reino Unido), Johannes Schlaefli (Suíça), Osvaldo Ferreira (Portugal) e Fábio Mechetti. Em 2008, com outros colegas e supervisão do maestro Tibiriçá, escreveu o livro “O Regente sem Orquestra”, pela Editora Algol, o único livro de exercícios editado no Brasil para a formação de regentes.
Trabalhou entre 1999 e 2009 como regente do Coral Masculino Cantores de Atibaia, a realizar encontros, cantatas e diversas apresentações. Entre 2003 a 2009, foi maestro titular e diretor artístico da Banda Sinfônica Primeiro Movimento, a primeira banda de concerto da região de Atibaia, desenvolvendo uma importante temporada artística com concertos regulares, formando plateia e novos músicos. Em 2003 atuou como regente convidado da Orquestra de Câmara da UNESP integrando a série de concertos do Circuito Cidade de São Paulo e, em 2006, torna-se maestro adjunto da Orquestra Sinfônica Jovem de Atibaia. Em 2008 passa a dirigir, concomitantemente com a Orquestra Jovem, a Big Band de Atibaia, desenvolvendo, juntamente com Roberto Sion, um repertório exclusivo para essa formação.
Em 2009 participou com o maestro Rogério Brito, da criação da Banda Sinfônica Municipal de Bragança Paulista, sendo também seu maestro adjunto.
Em 2010 mudou para Aracaju para integrar como maestro adjunto da Orquestra Sinfônica de Sergipe, considerada pela crítica como uma das mais importantes e atuantes orquestras fora do eixo Rio-São Paulo.
No mesmo ano, foi premiado no I° Concurso Carlos Gomes para Jovens Regentes de Orquestra realizado pela Orquestra Sinfônica de Campinas. E ainda foi um dos quatro regentes brasileiros selecionados para participar do II° Laboratório de Regência Orquestral com o maestro Fábio Mechetti na Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
Já esteve a frente das seguintes orquestras brasileiras Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Estreou na Europa com Orquestra Filarmonia das Beiras em Portugal.
Em 2013 foi aprovado em primeiro lugar no concurso público da Universidade Federal de Sergipe, passando a integrar o quadro de professores do Departamento de Música desta Universidade, como professor de Direção e Canto Coral.
Em 2017 foi selecionado para cursar o Doutoramento em Direção Orquestral na Universidade de Aveiro em Portugal, sob a orientação do maestro António Vassalo.
Projeto de Investigação:
Para além do gesto: A comunicação interpessoal do maestro e a orquestra
Orientador:
Coorientadores:
Resumo:
Este projeto parte do princípio de que, apesar da ampla e multifacetada formação do maestro, uma lacuna torna-se evidente: a comunicação interpessoal entre o maestro e orquestra sinfónica. Sendo assim, este projeto de investigação tem como objetivo geral dar resposta às eventuais dificuldades identificadas na comunicação entre maestro e orquestra, propondo estratégias de ensaio que privilegiem a negociação e não a imposição de um resultado artístico desejado. Metodologicamente a investigação será dividida em duas fases principais, propostas em um desenho de estudo qualitativo flexível: (i) Fase 1 – Estudo Observacional, com o intuito de coletar dados que fornecerão evidências para diagnosticar o papel da orquestra e do maestro e assim criar um plano de estratégias de ensaio para a segunda fase e (ii) Fase 2 – Investigação-ação, onde eu atuarei como maestro e aplicarei os dados coletados na primeira fase. Ao cabo desta investigação pretende-se: (i) compreender como ocorre a comunicação instrucional entre maestro e orquestra durante o ensaio; (ii) compreender o uso de estratégias de ensaio na comunicação verbal do maestro; (iii) diagnosticar, na perspetiva dos músicos e do maestro, qual é o papel de cada um em busca dos resultados artísticos desejados do grupo; (iv) perceber como as contribuições da orquestra, durante o ensaio podem influenciar as decisões performativas do maestro e (v) diagnosticar e entender na perspetiva dos músicos e maestro como são as negociações em busca dos resultados artísticos desejados.