Notícias
Seminário GIEHCM | Do manuscrito à gravação: Investigação, interpretação e edição fonográfica de repertório barroco português
SEMINÁRIO PERMANENTE EM ESTUDOS HISTÓRICOS E CULTURAIS EM MÚSICA
O Seminário Permanente do grupo de investigação Estudos Históricos e Culturais em Música do INET-md pretende ser um fórum onde todos os seus membros (integrados e colaboradores), bem como outros investigadores e investigadoras do meio académico, cultural e artístico, possam apresentar o seu trabalho e discutir projectos e investigações em curso.
22-02-2024 | 18:00 | Edifício Música, Instituto Politécnico do Porto – Escola Superior de Educação | Sala B101 - Salão de Música
Acesso livre, presencial e online:
Sala Zoom
ID da reunião: 973 3938 4163
Senha: 142122
Do manuscrito à gravação: Investigação, interpretação e edição fonográfica de repertório barroco português
Mesa-redonda com:
Diana Vinagre | INET-md
Fernando Miguel Jalôto | INET-md
César Nogueira | INET-md
Moderação de:
Tiago Hora | INET-md
Em 2023 foram apresentados ao público três álbuns discográficos com obras do barroco português setecentista. Estas primeiras gravações permitem o acesso a uma selecção bastante representativa da produção de música instrumental, quer orquestral, quer de câmara, num período bastante largo, pois engloba obras compostas e/ou publicadas entre ca. 1730 e ca. 1780, e preservadas em fontes bastante diversas. Estas gravações, pelos grupos portugueses Real Câmara, Ensemble Bonne Corde e Ludovice Ensemble, são o resultado de um trabalho interpretativo especializado, mas também de um extenso e imprescindível labor de investigação, que permitiu a identificação, transcrição, edição e, em vários casos, completação/re-composição do repertório. Este foi realizado pelos directores artísticos dos vários grupos, coordenando eles próprios os aspectos científicos e artísticos, bem como pela restante equipa de artistas, investigadores e técnicos. Esta mesa-redonda procura apresentar, de forma sintética, as várias etapas, a cooperação e correlação dos vários processos, tarefas e agentes; reflectir sobre as necessidades sentidas e especificidades inerentes; bem como ponderar sobre o resultado final — científico e artístico — de cada um destes projectos, bem como da sua relevância para a aplicação prática da investigação musicológica em Portugal.
Álbuns:
-
Lusitano Impero; obras de Pedro Jorge Avondano, Francisco António de Almeida; Giovanni Bononcini; Rinaldo di Capua; Real Câmara Baroque Orchestra; Passacaille, 2023.
-
António Pereira da Costa: Concerti Grossi; obras de António Pereira da Costa; Ensemble Bonne Corde; Ramée| Outhere, 2023.
-
Assembleia das Nações Estrangeiras; obras de Pedro Jorge e Pedro António Avondano; Ludovice Ensemble; MPMP, 2023.
Diana Vinagre | Após a conclusão dos seus estudos na Academia Nacional Superior de Orquestra, em Lisboa, na classe de Paulo Gaio Lima, o interesse que alimentou ao longo de vários anos pela interpretação historicamente informada levou Diana Vinagre ao Conservatório Real de Haia, na Holanda, onde obteve, na classe de Jaap ter Linden, os diplomas de Licenciatura e Mestrado em Práticas Históricas de Interpretação com distinção, tendo recebido a Top Talent Scholarship. Tem desenvolvido uma actividade intensa com vários agrupamentos de música antiga de renome como a Amsterdam Baroque Orquestra, European Union Baroque Orchestra, a Cappella Mediterranea, L’Arpegiatta, Les Arts Florissants, Orchestra of the 18th century, Le Cercle de l’Harmonie, B’Rock, Ludovice Ensemble, Holland Baroque, Al Ayre Español e Divino Sospiro. Em 2009 fundou o Ensemble Bonne Corde, agrupamento especializado em repertório setecentista para violoncelo. Enquanto investigadora dedica-se ao estudo do violoncelo na música sacra portuguesa, tendo sido este o tema principal da sua tese de doutoramento na NOVA FCSH, sob orientação de Rui Vieira Nery e Cristina Fernandes. Em 2021 fundou, juntamente com a contrabaixista Marta Vicente, a orquestra barroca Real Câmara que, sob direcção do maestro e violinista italiano Enrico Onofri, se dedica à recuperação de património musical português do barroco. É professora de Violoncelo Barroco na Escola Superior de Música do Porto.
Fernando Miguel Jalôto | Intérprete especializado em instrumentos históricos de teclado (cravo, órgão, clavicórdio, organetto, etc.); maestro al cembalo; investigador/musicólogo; membro fundador e director artístico do Ludovice Ensemble. Colabora com agrupamentos como Oltremontano, La Galanía, La Colombina, Capilla Flamenca, Collegium Musicum Madrid, Ensemble Bonne Corde, Ensemble Allettamento, e Real Câmara, entre outros. Gravou para a Ramée/Outhere, Brilliant Classics, Dynamic, Harmonia Mundi, Glossa Music, Parati, Anima & Corpo, Conditura Records, Mezzo, ARTE e RTP. Ofereceu recitais a solo de órgão e cravo em Portugal, Espanha, Bélgica, Reino Unido e Países Baixos. Como maestro al cembalo dirigiu grandes obras de Monteverdi, Bach, A. Scarlatti, Charpentier, Lully, Bourgeois, e Rameau, em salas como a Fundação Gulbenkian, o CCB e os festivais de Bruges e Utrecht, com o Ludovice Ensemble, a Jerusalem Baroque Orchestra, o Croatian Baroque Ensemble, a Orquestra das Beiras e a Sinfonietta de Braga. É tutor e maestro do curso de ópera barroca de Benslow (Hitchin, Reino Unido) e do Projecto Lisboa 1740 (Catalunha). Apresentou-se a solo e como continuista com o Coro e a Orquestra Barroca Casa da Música, Coro e Orquestra Gulbenkian, Divino Sospiro, Lyra Baroque Orchestra, Real Escolania de San Lourenço d'El Escorial, Orquestra da Radiotelevisão Norueguesa, Camerata Academica Salzburg, Orquestra de Câmara da Sinfónica da Galiza, Real Filarmonia da Galiza, Orquestra Sinfónica do Porto, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outros. Estudou no Conservatório Real da Haia (Países Baixos) com Jacques Ogg — Bachelor e Master Degrees em Cravo e Práticas Históricas de Interpretação — estudando ainda órgão barroco e clavicórdio. Frequentou master-classes com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont, e Ilton Wjuniski, entre voutros. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro e doutorando em Ciências Musicais na NOVA FCSH, tendo publicado artigos e capítulos de livros pela Revista Portuguesa de Musicologia, Sociedade Espanhola de Musicologia, Voltaire Foudation/Liverpool University Press e Libreria Musicale Italiana.
César Nogueira | Concluiu o Mestrado em Música em 2021 pela Escola Superior de Música de Lisboa (IPL) e a Licenciatura em Ensino da Música em 2010 pela Universidade de Aveiro. É membro da Orquestra Barroca Casa da Música desde 2009. A estreita colaboração com esta orquestra deu-lhe a possibilidade de trabalhar com prestigiados maestros, entre os Laurence Cummings, Christophe Rousset, Rinaldo Alessandrini, Masaaki Suzuki, Andrew Parrott, Paul Hillier, Harry Christophers, Hervé Niquet, entre outros. No seu percurso profissional teve a oportunidade de colaborar como músico convidado em diversas orquestras e grupos, dos quais se destacam Remix Ensemble, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Ludovice Ensemble, Concerto Campestre, Alma Mater, Orquestra Gulbenkian e Divino Sospiro, tendo trabalhado com Peter Rundel, Heinz Holliger, Pedro Neves, Miguel Jalôto, Evgeny Bushkov, Michael Zilm, Emilio Pomàrico, Massimo Mazzeo, entre outros. Em 2014 e 2015, foi seleccionado para participar na Remix Summer Academy, curso vocacionado para a música contemporânea. No âmbito da música antiga, participou em Masterclasses com Enrico Onofri (San Leo), Ryo Terakado e Susanne Scholz (Urbino), e Enrico Gatti (Casa de Mateus). Em 2019 foi seleccionado para tocar a solo no projeto "La Primavera de La Risonanza", sob a direcção de Fabio Bonizzoni e John Holloway, em Milão. Em 2020 e 2021 participou na Ensemble Academie, promovida pela Freiburg Barockorchester, tendo estudado com Gottfried von der Goltz e Petra Müllejans. Gravou para a Naxos, Harmonia Mundi, Glossa e Passacaille com os grupos Concerto Campestre, Orquestra Barroca Casa da Música, Divino Sospiro, Real Câmara e Ludovice Ensemble. Actualmente frequenta o Doutoramento em Ciências Musicais na NOVA FCSH. A sua proposta de investigação está relacionada com o compositor da corte da segunda metade do século XVIII, João Cordeiro da Silva.
Tiago Manuel da Hora | Produtor e musicólogo, é investigador integrado do INET-md, onde se tem dedicado à investigação sobre a história da música portuguesa e da produção discográfica. É doutorado em Ciências Musicais pela NOVA-FCSH, onde cursou sob a orientação de Rui Vieira Nery. Foi investigador contratado da NOVA-FCSH no âmbito do projecto “PROFMUS – Ser músico em Portugal: a condição socioprofissional dos músicos em Lisboa (1750-1985), sediado no INET-md. É autor de várias publicações em livro, entre as quais Espólio Manuel Ivo Cruz: Música Manuscrita Portuguesa e Brasileira (2013), Joaquim Simões da Hora: Intérprete, Pedagogo e Divulgador (2015) e Fernando Lopes-Graça e Eugénio de Andrade: o diálogo entre a música e a poesia (2018), bem como de artigos e capítulos para publicações científicas e artísticas em Portugal e no estrangeiro. Participa regularmente em encontros científicos na área da investigação em música, cursos livres de História da Música, bem como curadorias no âmbito da história da cultura. É professor-adjunto de Ciências Musicais na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Entre 2013 e 2017 representou Portugal como membro associado da Association Européenne des Agents Artistiques, com sede na Casa da Cultura da União Europeia (Bruxelas). Ao longo da última década tem desenvolvido uma intensa actividade em torno da produção fonográfica, assinando a produção e direcção de gravações para diversas editoras de prestígio nacional e internacional.