Ansiedade na Performance Musical- Adolescentes (MUS-A)
Coordenação
Financiamento
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)
Referência
2022.05771.PTDC
Prazo de Execução
01/3/2023 a 28/2/2026
Equipa
Sofia Serra (IR), Pedro Dias (Co-IR), Lurdes Veríssimo, Patrícia Oliveira-Silva, Nádia Moura, Gary McPherson e Dianna T. Kenny
Resumo
Alcançar um elevado nível de controlo das capacidades motoras necessárias para tocar um instrumento não é o único desafio que se coloca aos jovens estudantes que conseguem ingressar nesse meio altamente competitivo dos conservatórios de música. Os requisitos necessários para alcançar uma carreira profissional ou para conseguir um percurso de alto nível durante os estudos, vão muito além desse domínio técnico. Ser músico é uma das atividades mais afetadas pela ansiedade, quer ao nível profissional quer no meio estudantil. A Ansiedade na Performance Musical (APM) pode afetar até cerca de metade dos alunos entre os 12 e 15 anos de idade [1]. Muitos destes alunos não têm consciência desta limitação, nem acesso a terapias, não reconhecem nem ultrapassam o problema da APM, o que pode resultar muitas vezes no abandono do percurso musical. A APM tem um alcance alargado ao nível psicológico, cognitivo, emocional e comportamental, sendo por isso difícil de definir. Uma das definições mais consensuais é a de Kenny [2] segundo a qual, a ansiedade na performance musical é a experiência de apreensão ansiosa acentuada e persistente relacionada com a performance musical que ocorre através de experiências específicas de condicionamento da ansiedade. Apesar de ainda serem negligenciados nas atuais terapêuticas, os distúrbios psicológicos têm uma base fundamental nos mecanismos neurobiológicos. No que diz respeito à APM, os tratamentos ignoram quase sempre os aspetos biológicos ou focam-se exclusivamente em terapêuticas psicológicas ou farmacológicas. O presente estudo procura diagnosticar e caracterizar os níveis de ansiedade num grupo de 430 estudantes de conservatórios de música entre os 12 e os 14 anos de idade. Prevê também a necessidade de uma extensa intervenção terapêutica usando protocolos tradicionais e inovadores de terapia cognitiva comportamental (TCC) e neurobiológica, e a validação dos seus efeitos na performance dos participantes. Este projeto pretende reunir instituições e investigadores de áreas complementares: Psicologia da Música, Performance musical, Psicologia clínica, Psicologia da Educação e Neurociências. O objetivo comum é o de articular o conhecimento e a prática de diferentes disciplinas para desenhar, implementar e validar uma intervenção inovadora que seja útil para estudantes e professores de música desde um nível básico de desenvolvimento musical.
Palavras-chave
Ansiedade Performance Musical; Crianças e Adolescentes; Intervenção; F NIRS - Neuro feedback
