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SEMINÁRIO PERMANENTE DO GRUPO DE INVESTIGAÇÃO ETNOMUSICOLOGIA E ESTUDOS EM MÚSICA POPULAR
 
 
04.12.2024 | 15h00 | NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Campolide (Lisboa) | Sala 208 - Piso 2 | Sala Zoom 

 

 
Entrada livre, presencial e online.
 

 

 
Contributos para a análise e o desenvolvimento do ativismo ecomusicológico na Península Ibérica
 
Emilia Vizcaino | CESEM/Universidade de Évora
 
 
A crise ambiental que enfrentamos hoje em dia afeta não só a biodiversidade do planeta e a sua saúde, mas também milhões de pessoas (especialmente em países em desenvolvimento). Trata-se de uma crise civilizacional alicerçada na Revolução Industrial e que não foi abordada em profundidade até aos anos 70 do século XX, década em que se declarou o Dia Mundial da Terra (1970) e se celebrou a Cimeira de Estocolmo (1972), entre outras ações. Em 1987, surgiu a Comissão Mundial de Brundtland, com o conceito de desenvolvimento sustentável e da "casa comum". O nosso tempo, batizado por Paul Crutzen e Eugene Stoermer como Antropoceno, é cada vez mais acelerado e, se continuar assim, poderíamos provocar a 6ª extinção em massa na Terra. Nunca tivemos tanta informação, mas a resposta continua insuficiente.
 
Neste seminário, pretendo discutir a relevância da Ecomusicologia no presente, como uma ferramenta científico-cultural direcionada à luta contra os impactos ambientais causados pela ação humana. Esta discussão é feita a partir de uma revisão e reflexão conceitual deste campo, das referências dos principais autores e obras, como Pedelty et al. (2002) ou Allen & Titon (2023), bem como das diferentes disciplinas relacionadas e das ações culturais comprometidas com o ativismo ibérico. A comunicação ambiental é fundamental para que tanto governos quanto sociedades compreendam, reflitam e atuem em resposta ao que está a acontecer. Esta comunicação, baseada numa série de econarrativas proativas, apoia-se na colaboração e no sentido de comunidade, no conhecimento ecológico e na psicologia ambiental, entre muitas outras disciplinas, assim como em múltiplos meios de transmissão (incluindo os digitais). Entre estas ferramentas, destaca-se a música, nas suas múltiplas interações com a cultura e a Natureza, produzindo um vasto e diversificado leque de ativismos ecomusicológicos, tanto na academia quanto na vida.
 
 
 
 
Emilia Vizcaino | Cantora, instrumentista, compositora/letrista, pesquisadora e professora de música, com ampla experiência em performance. Estudou piano clássico no Conservatório de Badajoz, onde trabalha como professora de jazz. Também trabalhou como professora de canto no Centro de Artes de Badajoz e de músicas do mundo na Escola Superior De Tecnologia e Artes de Lisboa. Estudou História da Arte (Universidade de Salamanca); concluiu a licenciatura em Performance de Jazz (Universidade de Évora); o mestrado em Performance de Jazz (Escola Superior de Música de Lisboa, com a sua tese sobre Música Carnática); o diploma em Música Carnática (Swarnabhoomi Academy of Music, Índia, onde foi professora de música ocidental) e a pós-graduação em ensino da música para crianças (Universidade Nova de Lisboa). É doutoranda em Música e Musicologia na Universidade de Évora, sendo a temática da sua tese a Ecomusicologia na Península Ibérica. Também obteve os graus I e II de Estill Voice Craft (Aules, Barcelona). Recebeu prêmios como INJUVE 2005 (com música brasileira), Prêmios Sonora 2012 a melhor álbum e melhor intérprete, e Prêmio de Extremadura 2023 a melhor intérprete, entre outros. Nos últimos três anos tem dedicado grande parte da sua atividade à investigação em colaboração com naturalistas (biólogos e ecólogos principalmente) e à criação de repertório ecomusicológico relacionado com a sua tese de doutoramento, com o seu grupo musical La Barca, junto ao pianista e compositor Rui Filipe. Também faz parte do grupo ecofeminista Mosaicollective, fazendo espetáculos de educação ambiental para bebés e crianças em Portugal e Alemanha.