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Este artigo propõe um modelo de ciclo artístico baseado na prática autoetnográfica que visa o desenvolvimento sustentável da agência do intérprete através da documentação, avaliação e compreensão da sua prática e experiências musicais. A literatura relacionada com a avaliação da prática musical do intérprete tende a basear-se em parâmetros externos, raramente se centrando na satisfação das necessidades do intérprete. Além disso, parece existir uma dicotomia entre o processo de ensaio e a experiência de atuação ao vivo, uma vez que são frequentemente tratados como entidades separadas, enquanto nós defendemos que a prática musical é um processo cíclico, um ciclo artístico, com fases de ensaio pontuadas por momentos de atuação que são seguidos de ensaios. A fim de abordar questões relacionadas com a validade académica das experiências do artista e o desenvolvimento da agência do intérprete como artista/investigador, o modelo do ciclo artístico baseia-se na autoetnografia, proporcionando um meio sustentável e flexível de investigar o ciclo artístico a partir da perspetiva do intérprete. Assim, sugerimos que o modelo proposto possa ser incorporado na prática do performer de modo a analisar, avaliar e disseminar as suas experiências através de uma interação entre a autorreflexão crítica com o fazer artístico e a produção artística, produzindo conhecimento novo e pertinente compatível tanto com a subjetividade artística como com as prerrogativas académicas.