Nota Biográfica
Gonçalo Prazeres, saxofonista, compositor e investigador, nasceu em Lisboa em 1978. Estudou Performance na Berklee College of Music, em Boston, e na Escola Luiz Villas-Boas do Hot Clube de Portugal, onde é atualmente professor. Em 2014 concluiu o mestrado em Música, vertente jazz, na Escola Superior de Música de Lisboa, e, em 2016, o mestrado em Educação Musical na Universidade Nova de Lisboa. Presentemente, é doutorando na Universidade Nova de Lisboa na área da Etnomusicologia. O seu âmbito de investigação está relacionado com as dinâmicas de interação musical na improvisação, o desenvolvimento da identidade musical, e os processos criativos no contexto do Jazz e da Música Improvisada. Teve aulas com vários músicos que considera importantes na sua trajetória musical, incluindo Tony Malaby, Steve Lehman, Ohad Talmor, George Garzone, Jorge Reis e Ed Tomassi. Lidera vários projetos na área do jazz e da música improvisada, e faz parte da banda Club Makumba. Toca regularmente com vários projetos musicais destacando-se a orquestra L.U.M.E. (Lisbon Underground Music Ensemble) com quem participou em alguns dos maiores festivais de jazz europeus.
Projeto de Doutoramento
Título
Música Improvisada: Processos de interação e a sua relação com a identidade musical
Orientação
Resumo
A interação, juntamente com a improvisação, é uma característica singular e definidora do jazz e da música improvisada (Sawyer, 1992; Berliner, 1994; Monson, 1996; Hodson, 2007). O desenvolvimento da identidade musical dos músicos improvisadores é afetado pela interação dos próprios, da mesma forma que a nossa identidade individual é um processo em constante construção através das várias interações bem como das situações sociais com que lidamos diariamente (Frith, 1996a; Hargreaves et al., 2002). O presente estudo pretende investigar os vários processos de interação musical, que ocorrem em tempo real durante a música improvisada de raiz jazzística (Dias, 2019), e a sua relação com a identidade musical de cada improvisador. A prática artística será utilizada como fonte de pesquisa etnomusicológica, desenvolvida através de várias performances de música improvisada, realizadas por grupos de estudo, pertencentes a contextos sociais e geográficos distintos. As performances improvisadas serão gravadas para posterior análise e escuta crítica com os participantes, potenciando entrevistas semiestruturadas, em grupo e individuais. O contexto de música improvisada pressupõe a intensificação da improvisação e interação, fomentada pelo reduzido número de restrições musicais (Hodson, 2007), tornando-se num terreno fértil para este estudo (Bastian & Hostager, 1988; Sawyer, 1992; Borgo, 1997; Sawyer 2006; Sawyer, 2017). Intenta-se também desenvolver conhecimento que possa ser transposto para outras áreas de atividade humana.
Palavras-chave: Interação; Identidade Musical; Música Improvisada; Improvisação; Jazz; Practice Research.