Guillermo Blanes
- Integrado | Doutorando
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Faculdade de Ciências Sociais e Humanas | Universidade Nova de Lisboa
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Av. de Berna, n.º 26 C
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1069-061 Lisboa
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Portugal
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Nota Biográfica
Guillermo de Llera Blanes atualmente faz pesquisa no Instituto de Etnomusicologia - (INET-MD) e está realizando seus estudos de doutorado na Universidade Nova de Lisboa. Ele é instrutor substituto para o curso "World Music Composition Styles" na Berklee Online - filial online do Berklee College of Music; CEO da Kaminari Records; membro da banda de culto Primitive Reason e um artista de multimédia independente. Guillermo construiu uma carreira como intérprete multi-instrumentista e compositor de música contra-paradigmática por mais de três décadas. Ele se especializou nas práticas de instrumentos musicais de diversas culturas, como as Tablas da India, a Percussão do Norte e Oeste da África, o Didgeridoo Australiano, o Mukkuri Japonês e o Saz Turco, entre outros. Atualmente, ele investiga vários tipos de controladores digitais, fazendo pesquisa sobre as potencialidades criativas que surgem de diferentes configurações de hardware e software. Sua dedicação ao Remix musical e à cruz-fertilização foi a base de sua dissertação, intitulada "Controladores como Instrumentos Musicais, Controllerism como Prática Musical - estudos para uma nova cultura musical do século XXI", na qual ele traçou as lógicas que informam diferentes tradições musicais, como a mixagem Dub ou a performance solo da Tabla, e as equiparou com metodologias criativas modernas, como a composição baseada em samples e o Controllerism como prática performativa.Projeto de DoutoramentoTítuloMúsica em Fluxo: Explorando o Flow da Criatividade, Novas Tocabilidades e as Pontes entre Tradições na Fabricação de Controladores e no Controlerismo - O Eixo do RemixOrientadorResumoO papel e o lugar dos Controladores musicais na(s) cultura(s) musical(ais) contemporânea(s) são cruciais para a minha pesquisa. Assim como a problematização do papel do Controllerism nas práticas musicais e nos processos que ocorrem nos tempos atuais. Através de vários estudos de caso busco desafiar modelos centro-periferia. Procuro fazê-lo explorando a dicotomia das práticas musicais tradicionais versus as contemporâneas, bem como as linguagens de execução de instrumentos musicais - que optei por chamar simplesmente de "tocabilidades" (playabilities). A linguagem de um instrumento musical é - sob esta perspectiva - determinada pelas potencialidades decorrentes de sua forma física e partes constituintes, juntamente com métodos práticos de 'sonorização' do instrumento, - assim como inputs sociais e culturais sobre o que constitui valor estético e artístico.Optei por explorar ainda diversos domínios que informam o ethos da fabricação de Controladores, bem como a evolução consequente do Controllerism como prática musical, tal como as culturas de Remix e DIY, incluindo os seus papéis e impactos nos processos de reciclabilidade musical, resignificação, hibridismo, ecologias musicais e práticas de patrimonialização. Além disso, considero que novas compreensões sonre a importância do flow e da criatividade, informado por trabalho colaborativo com artistas, programadores e fabricantes de todos os tipos, é crucial para este campo de estudo.Existem vozes na academia que clamam pela exploração de métodos que trabalhem rumo à descolonização da etnomusicologia e afastamento de modos de análise, interpretação e compreensão centrados no ocidente. Meu trabalho - que também lida com centrismos próprios - responde a esse chamamento através da elaboração de metodologias alternativas, como mapas gráficos de canções, análises musicais que não recorrem à notação ocidental, ensaios audiovisuais geolocalizados e composições, um método de transcrição de remix baseado em entrevistas intitulado RiY3, entre outros.Desta forma, tenta-se adicionar valor ao campo da Etnomusicologia ao focar nos processos de significação musical social que ocorrem por meio do uso de Controladores e na prática do Controllerism nas suas diversas formas. Investigações sobre a maneira como tais práticas atuais são utilizadas para "construir, evocar ou marcar alteridade de natureza musical ou sociocultural" (Born & Hesmondalgh, 2000:2) num mundo onde centralidades, periferias e semi-periferias (Wallerstein, 2004) emergem, e onde o local e o global deram lugar aos múltiplos "glocals" (Swyngedouw, 1992a, 1992b, 2004), nos permitem abordar um dos paradoxos centrais da Etnomusicologia: como o social é articulado por meio da música.Palavras-chave: Alteridade, Autenticidade, Controladores, Controlerismo (Controllerism), Criatividade, DIY, Flow, Identidade, Instrumentos Musicais, Performance, Remix.Financiamento: Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PD/BD/150612/2020).Grupo de Investigação: Acústica Musical e Estudos de Sons