Nota Biográfica
Alexandra Urbano é doutoranda na FCSH Nova LISBOA em Ciências Musicais-Etnomusicologia, sob a orientação da Professora São José Côrte-Real. Atualmente investiga o trance psicadélico e estuda aspectos terminológicos para compreender a relação entre características audíveis de samples melódicos e rítmicos de trance psicadélico e dinâmicas de fandom, envolvendo o comportamento de fãs em diferentes partes do mundo através de uma etnografia colaborativa desenvolvida em festivais na Índia, Israel, Brasil, México, EUA, Europa, África do Sul e Austrália, onde atua como DJ e produtora de Psytrance. Alexandra optou por esta investigação, por ser cientificamente inovadora no quadro académico e sócio transnacional.
De 2019-2021 Alexandra ganhou um estágio do Departamento de Estudos de Comunicação da California State University, Northridge (CSUN) - EUA, com o seu co-orientador Professor Bernardo Attias, com quem Alexandra tem trabalhado assiduamente na organização da conferência anual Curated Sound: DJ Culture on the edge. Tem também contribuído para o projeto "DJ Culture as Curation". Actualmente este projeto é também co-supervisionado pela Prof Hillegonda Rietveld, no qual Alexandra colabora como Visiting Scholar Research no contexto do Sonic Research Group da London South Bank University para apoiar uma investigação do psytrance num contexto tecnocultural.
Mestre em Ciências Musicais-Etnomusicologia pela FCSH Nova LISBOA estudou e investigou sobre como foi utilizada "A música na Guerra Colonial Portuguesa em Cabinda, Angola (1970-74)". É também licenciada em piano e musicoterapia, domínios em que mantém atividade.
Projeto de Doutoramento
Título
Break and uplift in (light and dark) psytrance: DJs’ and ravers’ views around me worldwide from 2018 to 2023
Orientação
Resumo
Tal como tudo o resto, os festivais de psytrance foram interrompidos durante o COVID-19. A minha proposta de pesquisa, buscando quebras e momentos de auge nas pistas de dança de festivais de psytrance ao redor do mundo, a partir da perspectiva de DJs e fãs, assumiu um novo significado: a noção de quebra e auge expandiu-se inexoravelmente. Depois de um momento de desespero, em que a minha actividade de DJ abrandou, a investigação centrou-se na minha reflexão sobre o processo de abrandamento: quais das minhas tarefas de DJ mudaram e como, que festivais resistiram à pandemia, e que música psytrance, e particularmente que características sonoras emergem neste período (2019-2022) Manteve-se o objetivo de terminar a tese a tempo, para cumprir o programa de bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia da NOVA FCSH. Em termos teóricos, centrados na performance dos DJs dos festivais de psytrance, a auto-etnografia, o ambiente incerto e as experiências de transmissão ao vivo tornaram-se as palavras-chave. A colaboração com Bernardo Attias na organização da conferência The DJ as Curator na California State University of Northridge e com Hillegonda Rietveld da London South Bank University sobre DJs femininas em Londres, trouxe luz e experiência local direta para o âmbito internacional da minha pesquisa. Para esta tese considero cinco tarefas principais de DJ, expressas em performances antes, durante e pós pandemia em vinte e cinco festivais de psytrance em cinco regiões continentais. O resultado principal acabou sendo o que chamo de cinco principais fases entre o também efeito de quebra da pandemia "Break" para o fenômeno dos festivais de psytrance: características e referências geográficas na performance de psytrance, underground vs comercial, perfil sonoro: eletrônico e acústico, melodias, vozes, remixes, ritmos psicadélicos e/ou tribais.
Palavras-chave: Quebra, DJ, Raver, Covid-19, Live Streams, Auge, Psytrance, Produção musical, Autoetnografia, Etnografia, Boas Vibrações, Palco, Pista de dança.
Financiamento: Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PD/BD/150370/2019)