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Call for papers | Revista RED | Edição temática “Da diversidade da dança teatral em Portugal”
 
Revista Estud(i)os de Dança (RED) é uma publicação com arbitragem científica editada conjuntamente pelo Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança - INET-md, polo FMH, Universidade de Lisboa e pelo Centro de Estudos em Artes Performativas - CEAP. Pretende contribuir para a compreensão da dança e dos seus processos através de procedimentos científicos e sistemáticos, assim como promover o debate transdisciplinar em redor das artes performativas.
 
Data limite limite de envio de artigo: 15 de junho de 2024
Editora convidada: Maria José Fazenda (Escola Superior de Dança, Politécnico de Lisboa / CRIA-Centro em Rede de Investigação em Antropologia, Polo ISCTE)
 
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A Revista Estud(i)os de Dança (RED) lança agora uma secção temática dedicada ao tema: “Da diversidade da dança teatral em Portugal”. As práticas da dança teatral em Portugal têm sido documentadas em publicações de caráter histórico (Sasportes, 1970, 1991; Ribeiro, 1991, 1994), em livros sobre períodos temporal e politicamente circunscritos (Tércio, 2005, 2010; Ribeiro, 1994), em reflexões no âmbito dos estudos de performance (Lepecki, 1997, 2016), em trabalhos que situam a criação coreográfica em contextos sociocultural e biográfico (Fazenda, 2012 [2007]), entre outras que registam a especificidade do trabalho de criadores/as ou estruturas de criação, como alguns dos coligidos numa recente publicação do Teatro Municipal do Porto (História(s) da Dança, 2023).
 
Quer incidam sobre transformações históricas, de longa ou curta duração, quer sobre movimentos artísticos, estéticas e linguagens, perpassa nestes trabalhos, de forma teoricamente explícita ou tacitamente, o reconhecimento da natureza diversificada da dança teatral em Portugal, quer internamente, quer na sua relação com outras geografias, assim como a consideração das circunstâncias políticas e socioculturais que a enformam.
 
Na atualidade, a realidade da dança teatral em Portugal expande-se significativamente e a diversidade de propostas aumenta. O quadro é formado por pontos multicoloridos, em que se observam os universos particulares de cada artista, as extensões do domínio da dança clássica, a articulação de diversas técnicas corporais e estéticas — do hip hop às mais diversas danças sociais, passando por outras formas de cultura expressiva oriundas dos campos da competição —, a pluralidade de corpos, a inclusão de diversos grupos e pessoas em projetos de cariz participativo. São práticas culturais que nos dão a conhecer uma variedade de visões do mundo, de realidades sociais e culturais, de experiências humanas, de modos de vida. São práticas decorrentes de dinâmicas socioculturais, propiciadas (ou condicionadas) pelo papel das estruturas institucionais, públicas ou privadas, locais ou nacionais, pelas políticas culturais e programações culturais, pela ação de pessoas concretas.
 
Na análise dos fenómenos culturais consideramos, seguindo o antropólogo Vertovec (2015), a interinfluência de três esferas: representações (ideias, valores), condições estruturais (política, estruturas institucionais) e interações sociais (contactos entre pessoas). Ponderar a interligação destes três domínios permite-nos igualmente analisar e compreender a especificidade interna das práticas coreográficas em Portugal e o que elas partilham com outros espaços socioculturais (Fazenda, 2020).
 
Na sequência do exposto, convidamos à escrita de textos que contribuam para o conhecimento do atual panorama da dança teatral em Portugal, incluindo as práticas em que o propósito, o contexto de ocorrência e os critérios de participação que definem o teatral possam intercetar os de outros campos, como o social, o ritual, o educativo. O âmbito teórico e o metodológico são amplos, abrindo espaço a propostas que podem ser conduzidas por perspetivas dos estudos de dança ou das ciências sociais, focar-se num estudo de caso, com análise etnográfica, combinada com investigação histórica, ou numa abordagem autoetnográfica.
 
Tópicos sugeridos:
  • Articulação de práticas, hibridismos e novas linguagens: configurações e contextos;
  • Fluxos transnacionais de práticas, representações, significados e suas interpretações e reconfigurações locais;
  • Projetos participativos: objetivos, interesse e valor para os grupos participantes, para as comunidades, para as equipas de criação
  • Diversidade de corpos em cena: ações, ideias, experiências;
  • Deslocação para o espaço teatral de danças realizadas primeiramente em outros contextos (social, competição ou outros);
  • Institucionalização académica de técnicas corporais e estéticas criadas e desenvolvidas no campo socialOrientações e políticas institucionais integradoras da diferença: forças e impactos nas programações culturais e nas práticas artísticas.

 

Editora convidada

Maria José Fazenda Martins Professora Coordenadora na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa. Doutorada em Antropologia pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa. Curso de Dança da Escola de Dança do Conservatório Nacional. Investigadora do CRIA-Centro de Investigação em Antropologia, Polo ISTCTE-IUL. A sua investigação centra-se na dança teatral, entendida enquanto universo de representações e de vivências corporais pelas quais as pessoas envolvidas refletem deliberada e criativamente sobre a sua vida, sobre as suas experiências afetivas e socioculturais.
 
Data limite de envio de artigo: 15 de junho 2024
 
Previsão da Publicação: outono de 2024
 
Submissão
O artigo deve ser elaborado segundo as normas de submissão e ser submetido diretamente no site da revista através da plataforma OJS, onde deverá selecionar a secção “dossiê temático”.A RED assegura a revisão cega por pares, sendo que a exigência editorial obriga a que a publicação do artigo submetido apenas seja garantida após a conclusão com sucesso do processo de avaliação e revisão.