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Ciclo 78 rotações: assim se chama a iniciativa decorrente do Liber|Sound - práticas inovadoras para libertação da memória sonora, um projeto desenvolvido pelo Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança. No âmbito deste Ciclo vão realizar-se seis concertos, a decorrer no Laboratório das Artes, em Ílhavo. Os concertos estão inseridos na programação do 23 Milhas e o primeiro acontece já no próximo dia 21 de janeiro.
 
 
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 Durante toda a primeira metade do século XX a indústria fonográfica teve um papel fundamental na preservação de músicas populares urbanas por todo o mundo, promovendo ao mesmo tempo a sua circulação a nível global. 
O Ciclo 78 Rotações – Libertação da memória sonora surge para colocar em evidência géneros musicais nascidos no influxo atlântico, tais como fados, maxixes, marrabentas e choros. Este Ciclo, que contempla seis concertos, vai apresentar recriações de músicas originalmente gravadas pelas indústrias fonográficas brasileiras e portuguesas deste período, com especial destaque para artistas e géneros musicais que cruzaram repetidas vezes o Atlântico. Financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT). O projeto centra-se no estudo dos trânsitos musicais entre Portugal, Brasil, Moçambique e Índia (Goa) através de acervos de discos de 78 rpm ou discos de goma-laca. O projeto é desenvolvido por Pedro Aragão e Susana Sardo.
A série de concertos, que será apresentada por artistas brasileiros e portugueses, terá ainda um caráter didático, através de contextualizações históricas sobre géneros musicais, tais como o fado, o choro, o maxixe e o samba. Os concertos irão decorrer no Laboratório das Artes (Teatro da Vista Alegre) no 1º trimestre de 2023, inseridos na programação do 23 milhas.
Programa dos concertos
Concerto Lusossonias – Clube do Choro do Porto e Patricia Lestre
  • 21 janeiro às 19h00 e 22 janeiro às 16h00
O concerto terá como foco recriações de músicas originalmente gravadas pela indústria fonográfica na primeira metade do século XX, recriadas através de arranjos contemporâneos realizados pelos maestros brasileiros Jayme 2 Vignoli e Marcilio Lopes. O Clube do Choro do Porto é composto por Francisco Bastos (flauta), Saulo Giovannini (vibrafone), Klênio Barros (trombone), Pedro Aragão (bandolim), João Pitta (violão de 6 cordas), Vinicius Lucena (violão de 7 cordas) e Felipe Bastos (bateria) para além de contar com a participação da cantora portuguesa Patricia Lestre. 
Valéria Lobão interpreta as canções da rádio no contexto iberoamericano
  • 25 fevereiro às 19h00 e 26 fevereiro às 16h00 
Durante as décadas de 1910 a 1960 foram muitas as canções que cruzaram o Atlântico criando diálogos musicais entre a Península Ibérica e a América Latina. Este concerto apresenta uma seleção de canções urbanas que exemplificam este fluxo sonoro iberoamericano. O repertório é focado nos compositores e intérpretes que se destacaram no contexto da rádio e do disco de 78 rpm, e que tiveram papel fundamental na criação da canção popular urbana lusobrasileira e latino-americana. A cantora Valéria Lobão (atualmente residente no Porto) é uma das mais festejadas intérpretes brasileiras da atualidade, tendo lançado dois discos solo: o primeiro intitulado “Chamada”, lançado em 2011 e focado em compositores brasileiros contemporâneos, recebeu o prestigiado prêmio FUNARTE naquele mesmo ano. 
O segundo, dedicado às canções de Noel Rosa, em arranjos especiais de músicos como João Donato, Cristóvão Bastos e Gilson Peranzzeta, foi indicado ao Grammy Latino 2015. O concerto conta ainda com os músicos Sergio Valdeos - guitarrista peruano atualmente radicado em Genebra - e Pedro Aragão no bandolim. 
Cantos migrantes: Joana Amendoeira e Terno Carioca interpretam Ester de Abreu
  • 31 março e 1 abril 
O concerto terá como foco a recuperação da memória e do património artístico de uma das mais importantes cantoras portuguesas a estabelecer uma sólida carreira no Brasil. Ester de Abreu (Lisboa, 1921 – Rio de Janeiro, 1997) iniciou sua carreira em Portugal, tendo-se mudado para o Brasil no final da década de 1949, obtendo imediato sucesso como cantora da Rádio Nacional e tornando-se uma das cantoras portuguesas com maior reconhecimento no país. A maior parte de seu repertório encontra-se esquecido em antigos discos de 78 rpm. Ao juntar Joana Amendoeira - uma das mais festejadas cantoras portuguesas da atualidade – com o Terno Carioca – grupo instrumental brasileiro formado por Luiz Flávio Alcofra (violão), Lena Verani (clarineta) e Pedro Aragão (bandolim), o concerto pretende recriar e ao mesmo tempo colocar em evidência o legado artístico desta que foi uma das maiores cantoras portuguesas a estabelecer pontes musicais com o Brasil.