O Projeto Digitópia
“Digitópia” é um projeto do Serviço Educativo da Casa da Música, assente num laboratório para apoio à criação musical digital, de acesso livre, por isso localizado no átrio de entrada. Iniciado em 2007, este projeto tem como objetivo principal apoiar e iniciar qualquer utilizador no acesso aos ambientes digitais de criação musical e assim fomentar a troca de ideias e experiências, num modelo de ensino/aprendizagem não formal e informal, gerador de comunidades digitais. O projeto conta com monitores, presentes em horário pré-definido, para ajudar e/ou iniciar os interessados na utilização do equipamento, disposto em postos individuais em bancadas de trabalho, e para orientar oficinas de manipulação e criação sonoro/musical que não raras vezes resultam em verdadeiras performances improvisadas. Em 2011, como parte de um protocolo com a Casa da Música, o CIPEM iniciou um estudo deste projeto com o objetivo de entender o seu impacto sobre as práticas musicais nas escolas básicas e secundárias do Porto, e no fomento de comunidades de criação de música digital mediada por computador. A recolha de dados, após a revisão de bibliografia disponível, incluiu entrevistas, aos coordenadores e monitores do “Digitópia”, observação de atividades e a aplicação de inquéritos por questionário a professores de educação musical e a utilizadores comuns. A interpretação dos dados coligidos foi feita de acordo com as teorias da educação formal, não formal e informal (La Belle, 1982; Freire, 1997; Gohn, 1999; Wille, 2003; Gadotti, 2005, Almeida e Del Ben, 2005 ) e nos estudos de Hargreaves, Marshall e North (2003), Batt-Rawden & DeNora (2005) e Webster (2007), que têm vindo a analisar os efeitos do uso das TIC na educação musical e a sua influência na construção e modelagem/ formação de novos modelos socioculturais. Através de análise crítica dos dados obtidos, pretende-se obter respostas para as seguintes questões: - As crianças que frequentam as oficinas utilizam posteriormente as ferramentas digitais aí conhecidas? Como utilizam as crianças essas ferramentas e em que contexto é que o fazem? - Quantos professores usam essas ferramentas para apoio às atividades musicais da sala de e para a sua própria produção musical? Para que competências e em que atividades são utilizadas? - Quão amigáveis para crianças e professores são essas ferramentas e ambientes digitais? - Que representação mental têm os professores sobre esses equipamentos digitais (brinquedos sofisticados, meras consolas de videogame, nova classe de instrumentos virtuais)?
Equipa de Investigação
Financiamento
CIPEM/Casa da Música
Período
2011 a 2015
Palavras-chave
Música assistida por computador, aprendizagem informal/não formal/formal, comunidades de criação musical, comunidades de prática musical eletroacústica