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Desde a década de 1970, a etnomusicologia demonstrou interesse pelos modos como pessoas que compartilham uma cultura musical pensam sobre música em palavras, conferindo particular relevância à natureza metafórica do discurso sobre música e à maneira como as metáforas moldam a percepção, geram significado e influenciam a experiência musical. Neste seminário, começo por explorar as metáforas de tom e de contorno melódico na teoria musical de língua inglesa. Em seguida, comparo essa compreensão com experiências relatadas por músicos e cantores na Bulgária, no Bali, na China e noutras culturas. Com base nestes dados, questiono se os métodos etnográficos normalmente empregues na etnomusicologia respondem às duas questões fundamentais que a animam: como e por que os humanos são musicais? Estudos de psicologia cognitiva, por exemplo, sugerem que a variação registada pela etnografia, sobre metáforas de tom e de contorno melódico, contrasta com o que pode ser um aparato percetivo humano compartilhado. A apresentação terminará com a seguinte pergunta: se as disciplinas de etnomusicologia e psicologia chegam a conclusões diferentes sobre a natureza da perceção e compreensão musical, o que é que isso implica sobre as ambições da etnomusicologia no campo geral dos estudos musicais?

O seminário decorrerá em inglês.