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SEMINÁRIO PERMANENTE DO GRUPO DE INVESTIGAÇÃO ETNOMUSICOLOGIA E ESTUDOS EM MÚSICA POPULAR
 
 
6.05.2025 | 18h00 | NOVA FCSH, Av. de Berna, Torre A (Lisboa) | Sala A204 - Piso 2 | Sala Zoom 
 
 
Entrada livre, presencial e online.
 
 
 

Fanfarra de bambu: criatividade musical e memória colonial no Norte de Sulawesi, Indonésia

Nicolas Prévôt | CREM-LESC, CNRS

 

Símbolo colonial, as fanfarras de metais são constantemente reinventadas pelos habitantes do Norte de Sulawesi há mais de um século, com instrumentos feitos de bambu ou placas de zinco ou cobre. Na península de Minahassa e nas ilhas Sangihe, existem hoje centenas destas fanfarras, reunindo cerca de quarenta músicos de uma mesma aldeia, que perpetuam um repertório polifónico oral holandês (hinos, marchas, valsas, polcas, scottish, etc.). Uma vez que as válvulas não podem ser reproduzidas em bambu, são substituídas por orifícios. Assim, o número de tons por instrumento é limitado, obrigando os músicos a dividir as notas de uma mesma parte melódica. Esta prática musical viva levanta a questão dos valores que perpetua, em referência a um passado colonial, certamente, mas também a uma conceção mais holística e igualitária da sociedade que talvez se encontre nesta forma particular de tocar em conjunto. O seminário decorrerá em inglês.
 
 
 
 
Nicolas Prévôt | Professor associado de Antropologia/Etnomusicologia no Departamento de Antropologia da Universidade de Paris Nanterre. É membro do Centre de Recherche en Ethnomusicologie (CREM-LESC, CNRS). Após um trabalho de campo no Norte da Macedónia, onde estudou as questões políticas que envolvem a estética musical das fanfarras ciganas, Nicolas Prévôt realizou uma investigação na Índia Central (Bastar) sobre as ligações estruturais entre um panteão local e o repertório musical que lhe é dedicado durante os rituais de transe de possessão. A sua prática pessoal de instrumentos de sopro e os seus encontros com conjuntos ruidosos como o shawm e os kettledrums levaram-no a questionar as diferentes ontologias do som na sua relação com o ambiente. Foi galardoado com o prémio ICAS para o livro Un sacré bazar, publicado em 2022 pela Societé de Ethnologie de Nanterre. Coordenou igualmente vários programas de investigação-ação envolvendo estudantes, como o projeto “INOUI” que decorre nos arredores da Universidade de Nanterre, na periferia de Paris.
 
 
Este evento foi financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UID 00472, Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Dança (INET-md)