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24.01.2024 | 14h00 Sala de Atos Académicos | Edifício Central da Reitoria, Universidade de Aveiro |
 
 
Realizam-se na na Sala de Atos Académicos, Edifício Central da Reitoria, Universidade de Aveiro, a 24 de janeiro de 2024, pelas 14h00, as provas do Programa Doutoral em Música, de Fausto Lessa Fernandes Pizzol, com o tema "O Baixo Elétrico Revisitado: Um Estudo Criativo Sobre as Potencialidades Harmónicas do Instrumento".
 
 

Júri da tese de Doutoramento de Fausto Lessa Fernandes Pizzol

  • Prof. Doutor Gilvano DalagnaProfessor Auxiliar Convidado em Regime Laboral na Universidade de Aveiro (Orientador)
  • Prof. Doutor Ricardo Nuno Futre Pinheiro, Professor Coordenador com Agregação do Instituto Politécnico de Lisboa
  • Prof. Doutor Francisco José Dias Santos Barbosa Monteiro, Professor Coordenador do Instituto Politécnico do Porto 
  • Prof. Doutor Felipe Batistella Alvares, Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
  • Prof. Doutora Sara Carvalho, Professora Associada da Universidade de Aveiro
  • Prof. Doutor José Luis Guimarães Oliveira, Professor Catedrático da Universidade de Aveiro

 

O Baixo Elétrico Revisitado: Um Estudo Criativo Sobre as Potencialidades Harmónicas do Instrumento
 
Há um consenso em estabelecer a data de 1951 como o ano em que foi inventado o baixo elétrico. Em detrimento dos esforços pretéritos, factualmente, nesse ano se deu o registro da patente do primeiro modelo bem-sucedido comercialmente (Bacon, 2001). A motivação e os objetivos relativamente à sua criação estão razoavelmente documentados. Eles estabelecem uma clara relação com o contrabaixo, mais especificamente, um interesse em substituí-lo, principalmente por motivos ergonómicos e de projeção de som (Brewer, 2003). No entanto, mais do que a óbvia diferença ergonómica, o baixo elétrico também possui características tímbricas peculiares, que potencializam sua utilização para além dessa designação concebida inicialmente. Desde a popularização do seu uso, se observa um processo constante de expansão das possibilidades para sua performance, tanto por meio da criação de técnicas de execução próprias, quanto pelo desenvolvimento daquelas já existentes (Dowdall, 2017; Pizzol, 2018).
Imersa nesse contexto, a presente investigação artística, objetiva expandir as possibilidades de performance e criação musical para o baixo elétrico através da estruturação de uma proposta para a sua utilização harmónica. Em desacordo com o paradigma que o caracteriza como melódico, com uma função rítmica associada, defende-se que o instrumento apresenta uma viabilidade para a execução harmónica cujo potencial, ainda que venha sendo explorado gradualmente, tem seu desenvolvimento constrangido face à carência de investigação, método e documentação.
Fundamentado num sistema tonal alternativo à prática consolidada, denominado conceito de organização tonal lídio cromático - LCCTO (Russell, 2001) e norteado por experimentações alicerçadas no conceito de affordances (Gibson, 1979) e na teoria de aprendizagem perceptual e desenvolvimento (Gibson & Pick, 2000) o trabalho de investigação envolve (i) a concepção de um método para detectar e desenvolver as potencialidades harmónicas do baixo elétrico, (ii) a estruturação de um idioma harmónico para o instrumento, (iii) a criação de um portfólio de composições baseadas nesse idioma. Pretende-se que os resultados obtidos contribuam para consolidar um novo paradigma para a prática do baixo elétrico, assim como para a discussão académica sobre o mesmo e que, consequentemente, tragam implicações pedagógicas relacionadas à didática e aos conteúdos dos programas de ensino do instrumento.